“Às Duas Horas da Manhã”, de Falk Richter - ESTREIA a 7 de março no Teatro da Rainha

Teatro
“Às Duas Horas da Manhã”, de Falk Richter - ESTREIA a 7 de março no Teatro da Rainha

© Paulo Nuno Silva

Um arquipélago de monólogos, nas palavras do encenador, um teatro certamente diferente de tudo o que existe, nas palavras do crítico britânico Michael Billington, “Às duas horas da manhã” é uma peça que coloca em cena personagens da chamada geração Z,  dramatizando a influência da internet no quotidiano dos indivíduos, vidas íntimas sufocadas pelos percursos profissionais, burnout, stress, solidão, crises nas relações interpessoais, alienação, perda da identidade, a ausência de uma linguagem que permita dar sentido a existências determinadas por uma espécie de script que tudo uniformiza e esvazia de sentido.

Constanze perdeu o rastro a Tom, colega de trabalho com quem tem uma relação amorosa. Marc, espécie de alter-ego do Autor, hesita na construção das suas personagens. Timo encarna Helge Gonzensheimer numa entrevista de emprego que lhe sai completamente ao lado. Lisa está grávida, o que leva Constanze ao desespero. Há que investir na firma, a verdadeira família, o bebé. Max encontra-se à beira do abismo, do esgotamento à loucura vai um passo. Todos tentam comunicar com alguém, mas a linguagem escapa-se-lhes. Encerradas dentro si, as personagens de “Às duas horas da manhã” perdem-se num labirinto de solilóquios que as impele para o abismo da solidão. 

Canções, diálogos fragmentários, palestras motivacionais, entrevistas de emprego que parecem sessões de psicanálise, uma coreografia de penas e referências estilhaçadas convidam o espectador a unir as peças do puzzle que revela a cidade contemplada por Lisa do seu 42.º andar: uma geração emaranhada na teia quotidiana do capitalismo selvagem, cativa de prisões invisíveis onde se funde e confunde o íntimo com o público, o pessoal com o profissional, o real com o virtual. Trata-se só de vender-se bem.

 

FICHA ARTÍSTICA

AUTOR | Falk Richter
TRADUÇÃO | Carlos Borges
ENCENAÇÃO | Fernando Mora Ramos
INTERPRETAÇÃO | Beatriz Antunes, Fábio Costa, Mafalda Taveira, Mariana Reis, Nuno Machado e Tiago Moreira
DESENHO DE LUZ | Hâmbar de Sousa
FOTOGRAFIAS | Margarida Araújo

 

LOCAL, DATA E HORÁRIO

Sala Estúdio do Teatro da Rainha

De 7 a 23 de Março, de quarta a sábado às 21h30

 

BILHETEIRA

Para reservas:
Segunda a sexta das 9h às 18h | Dias de espetáculo até às 20h | 262 823 302/966 186 871
 

Mais informação: https://teatrodarainha.pt/